Saúde no metaverso: como as soluções para a realidade virtual impactam nossa vida

Até 2026, estima-se que cerca de 30% das empresas do planeta terão serviços e produtos prontos para o metaverso. A projeção é que, até lá, mais de 25% da população mundial tenha experiências imersivas nesse tipo de espaço virtual compartilhado, de acordo com dados do estudo Metaverse Hype – Instituto Gartner.

A “realidade física” sobre essa realidade virtual é que, sim, ela já está acontecendo em muitas áreas. Todo um ecossistema de inovação e investimentos estão sendo direcionados para o desenvolvimento do metaverso, cuja economia, segundo um relatório do Citibank, pode alcançar valor de mercado de mais de US$ 8 trilhões até 2030.

O setor de saúde está entre as áreas que ajudarão o metaverso em sua valorização. As inovações nesse sentido estão sendo apresentadas especialmente pelas healthtechs, startups com soluções voltadas para a saúde. No Brasil, já são mais de 200 healthtechs, segundo levantamento da ABstartups e da Deloitte.

As soluções envolvem principalmente tecnologias voltadas para a gestão de empresas de saúde, inteligência artificial & big data, bem-estar físico e mental, medicina farmacêutica e diagnóstica, relacionamento com pacientes e telemedicina. Entretanto, algumas aproveitaram a necessidade de isolamento causada pela pandemia para pensar em soluções que usassem o metaverso para aproximar as pessoas e facilitar o acesso a produtos, serviços e experiências, mesmo à distância.

Mas o que especificamente pode ser feito pela medicina no metaverso? Um exemplo é a solução da Boston Scientific Brasil: a Hole Table, que permite simular em alta qualidade procedimentos complexos em pacientes avatares, projetados como hologramas em outro ambiente. Trata-se de uma realidade virtual mista e multiplayer, ou seja, pessoas de diversas partes do mundo podem interagir.

Essa solução vem ao encontro das possibilidades que o ensino da saúde pode ganhar com o metaverso. Estudantes ou residentes poderão acompanhar de casa um procedimento do mundo real ou procedimentos que estão sendo realizados via robótica em um centro de ensino virtual. A diferença dessa experiência para uma vídeo chamada, por exemplo, é que o metaverso possibilita a imersão completa, tornando o usuário um elemento atuante e que pode explorar o ambiente de forma ilimitada.

Outro exemplo de solução é a iniciativa da Biodesign, que cria versões virtuais de partes do corpo em alta definição. Isso possibilita compartilhar com um colega distante casos mais complexos. Outra possibilidade é a projeção de órgãos acima da pele do paciente, no mundo real com a realidade aumentada, o que permite ver com mais detalhes o interior do corpo.

A telemedicina, que já acontece por meio de consultas virtuais, é outro campo com espaço no metaverso. Na realidade virtual, o médico poderia ir até a casa do paciente, ou o paciente até o consultório, por meio de seus avatares. Uma avaliação clínica poderia ser possível por meio da digitalização do paciente, que poderia fazer isso usando seu próprio celular.

Trazer humanização para os ambientes hospitalares também está entre as possibilidades reais do metaverso na área da saúde. Durante uma sessão de quimioterapia ou hemodiálise, por exemplo, uma criança ou adulto poderia estar em um ambiente alegre e lúdico, ao invés de olhar para outros doentes em uma sala de hospital.

Até simulações de atendimentos médicos em catástrofes ficarão mais realistas e menos perigosas com a criação de cenários e situações hipotéticas.

As possibilidades no metaverso são, no sentido literal, infinitas. Será possível transcender o tempo e o espaço e simular qualquer tipo de interação, bem como tornar ciclos de aprendizado mais curtos e treinar procedimentos médicos. Novas experiências poderão ser entregues aos usuários dos serviços de saúde nesse novo mundo, onde os espaços físicos poderão ser adaptados às necessidades de cada um.

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